quarta-feira, maio 14, 2008

AINDA AS CARROÇAS...

Recebi um e-mail ontem com crítica revoltada à minha posição favorável ao tráfego de carroças pelas ruas (postagem abaixo). O fundamento era que os maus tratos aos cavalos justificaria retirar os carroceiros de circulação. Informava o e-mail, ainda, que "a grande maioria dos carroceiros são bandidos foragidos ou estão cumprindo pena no semi-aberto". Não posso concordar e reitero minha posição favorável ao tráfego de carroças.

Quanto à situação de foragidos dos carroceiros, o dado não é verídico. E caso realmente hajam foragidos, cabe à polícia detê-los. A respeito de eventuais indivíduos submetidos ao regime semi-aberto, não conheço nenhuma restrição de que tais pessoas possam desempenhar atividades laborais. O argumento, aliás, beira o preconceito.

A respeito de maus tratos com os animais, estamos, sem dúvida, diante de situações raríssimas. Tanto é que o noticiário, até hoje, conseguiu "pescar" apenas uma matéria, sensacionalista diga-se de passagem, na qual um cavalo, de fato, morreu por esforço. Anoto que os meios de comunicação (especialmente a RBS) já demonstraram, tanto em matérias como através de seus formadores de opinião, posição contrária às carroças nas ruas.

A exceção não pode justificar a restrição. É sabido que os carroceiros, exatamente por dependerem dos animais, guardam relação de zelo, carinho e até mesmo louvor ao animal. O que falta aos críticos é maior conhecimento da realidade dessa gente que necessita das carroças e dos cavalos para sobreviver. Criticá-los, de dentro de uma casa quente e guarnecida de luxos ou de um automóvel, é bastante simples. A propósito, até mesmo o Sr. Paulo Santana, ferrenho crítico do tema, travestiu-se, recentemente, de carroceiro, para vivenciar a realidade. E já ficou com sua opinião bastante abalada.

Enfim, é preciso muito debate, é preciso muito conhecimento das realidades em jogo, antes de se tomar uma decisão que importará clara limitação de direitos.

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