quarta-feira, fevereiro 29, 2012

not a rolling stone



Você, que pede o fim dos estaduais; você, para quem o futebol se resume aos times que monopolizam as páginas do jornal; você, para quem os clubes pequenos só servem para vencer um ou outro jogo e eventualmente dar a chateação de arruinar trabalhos tão promissores (?) quanto o de CAIO JÚNIOR logo no início do ano; você, que odeia o desgaste imposto ao seu time pelas viagens no rumo do interior. Esta vitória do Caxias é para você. Esta final de turno do POLENTÃO 2012, isenta da presença da dupla, é para você. É para você aprender. E desligar a tevê e ir jogar um BARALHO na quarta-feira à noite, quando o jogo acontecer, porque quem merece vê-la são os outros, os que não abandonaram os times pequenos que resistem pelo estado. Ei, você: How does it feel? (extraída do blog IMPEDIMENTO)

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ah... o amor...

"Como o amor está no sujeito e não no objeto, a alma do amor é o egoísmo. O casamento marca o afastamento definitivo dos amantes, que iludem a si mesmos e enganam um ao outro o tempo todo. A generosidade é uma forma de acumulação. A amizade serve para evitar a intimidade." (Mario Sergio Conti - em análise à obra de Marcel Proust - revista Piaui n. 65)

dos remédios

A natureza parece quase incapaz de provocar doenças que não sejam bem curtas. Mas a medicina se atribuiu a arte de prolongá-las. Os remédios, a remissão que proporcionam, o mal-estar que a sua interrupção faz renascer compõem um simulacro de doença que o hábito do paciente acaba por estabilizar, por estilizar, assim como as crianças têm acessos de tosse regulares muito tempo depois de serem curadas da coqueluche. Depois os remédios fazem menos efeito, sua dose é aumentada, não fazem mais nenhum bem, mas começaram a fazer mal graças a essa indisposição constante. A natureza não lhes teria oferecido uma duração tão longa. É uma grande maravilha que a medicina quase iguale a natureza e possa forçar a ficar de cama, a continuar a tomar um medicamento mesmo sob o risco de morte. Desde então a doença artificialmente implantada fincou raiz, tornou-se uma doença secundária mas verdadeira, com a única diferença que as doenças naturais se curam, mas jamais as criadas pela medicina, pois ela ignora o segredo da cura. (Marcel Proust)

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Caso Oscar

Oscar I

O guri jogou duas partidas espetaculares contra o Aurich e o Caxias. A tabela com Dagoberto, resultando num golaço, na serra gaúcha, foi uma pintura. Coincidência ou não, justamente depois da decisão do Tribunal do Trabalho Paulista que revogou a sentença que determinou sua liberação do São Paulo. Como disse última coluna, a "pendenga" envolvendo Oscar deve se arrastar ainda por algum tempo, permanecendo, durante tal interregno, sua vinculação com oINTERNACIONAL.

Oscar II

Além do recurso que, certamente, será interposto para que a causa ganhe as prateleiras do Tribunal Superior do Trabalho (TST), alguns pontos merecem ênfase na controvérsia: 1) oINTERNACIONAL não é e nunca foi parte do processo; 2) por consequência, os efeitos da sentença se limitam às partes (São Paulo e Oscar); 3) o fato de a sentença ter sido revogada, não lhe retira do mundo os efeitos produzidos; é dizer: o contrato firmado com oINTERNACIONAL é legítimo e se mantém, mesmo após a revogação; até porque, quando de sua assinatura, nos termos da Lei 9615 (a conhecida Lei Pelé), Oscar era um atleta sem vínculo com clube algum - e, por isso mesmo, após a assinatura com o Colorado houve o devido registro no BID da CBF.

Oscar III

Caso mantida a atual situação de vitória do clube paulista, a solução para o impasse, após o trânsito em julgado da decisão a ser tomada em Brasília, nos julgamentos cabíveis perante o TST (o que demandará não menos do que 2 ou 3 anos), trará como consequência máxima aoINTERNACIONAL o desembolso de algum montante como forma de auxiliar o jogador Oscar (pois, repita-se, o INTERNACIONAL não é parte do processo - o condenado será o jogador) a ressarcir ao São Paulo. Voltar a jogar no São Paulo, com certeza, Oscar não voltará.

São Paulo freguês I

Pelo que sei, a origem do processo envolvendo Oscar e São Paulo foi a assinatura de um contrato com prazo superior a 3 anos com o jovem atleta, quando este tinha apenas 16 anos (o que é vedado pela Lei Pelé). Além disso, pelo que li e ouvi, houve negligência do São Paulo quanto aos recolhimentos do FGTS, o que também gera rompimento do vínculo contratual-trabalhista.Portanto, ao contrário do que afirmam, principalmente em São Paulo (ou nas imediações da azenha), há muita água para rolar debaixo dessa ponte. O Recurso de Revista que Oscar encaminhará ao Tribunal Superior do Trabalho possui base legal e sustentação jurídica.

São Paulo freguês II

Aqueles que afirmam que o INTERNACIONAL, como clube formador, dá um tiro no pé ao assinar contrato com jogadores nessa situação, enganam-se solenemente. Há longa data, o Colorado é o clube de melhor administração do futebol brasileiro (já ultrapassamos o tricolor paulista há alguns anos nesse quesito, também). Nunca perdemos um jogador de nossas divisões de base, por falhas contratuais ou ausência de recolhimentos de FGTS. Ponto para a boa administração e planejamento de futebol Colorado e, acima de tudo, ao forte departamento jurídico vermelho.

São Paulo fregues III

O episódio demonstrou e confirmou, de uma vez por todas, que o São Paulo é o clube menos ético do país. A boataria jogada aos quatro ventos na imprensa esportiva (leiga e desinformada no que se refere às questões jurídicas), na tentativa de criar terrorismo na véspera da estréia doINTERNACIONAL na Copa Libertadores, foi de uma falta de ética sem precedentes. O São Paulo, clube anti ético, merece perder seus jogadores. E, diga-se, já virou filho do Colorado, tanto dentro de campo (Libertadores 2006) como fora dele (Oscar e Dagoberto).