quarta-feira, maio 28, 2008

FLUMINENSE X BOCA JRS.

Cariocada eufórica em Bs. As. Os canais de esporte só falam nisso, da possibilidade de o Flu bater o Boca (não acredito)... Repórteres cariocos entram a todo momento e todos tem algo em comum, pegaram um taxi e conversaram a respeito do jogo com os motoristas... Mentira, nem pegaram taxi e muito menos conversaram com os argentinos. Vão tomar uma carraspana dos arrentinos. Eheheheh.

NOVA CONTRIBUIÇÃO

Já escrevi a respeito e volto a dizer que é um golpe na democracia a proposta levada ao Congresso pelo Governo de recriar uma contribuição sobre movimentações financeiras (CPMF), agora com a alíquota de 0,1% sobre qualquer transação, e sob o pretexto de destinação exclusiva para a área da saúde. Não quero ingressar nos argumentos de governistas e oposicionistas, no sentido de que é necessário custear a saúde pública e, de outro lado, de que não há necessidade de mais receitas para tal finalidade.

Não me interessa, também, ingressar, a fundo, no exame da constitucionalidade do meio eleito pelo Executivo (a oposição, de forma equivocada, sustenta que somente por Emenda Constitucional seria possível a criação de novo tributo - o que não encontra amparo no art. 154, inciso I, da Constituição, que prevê tal possibilidade por meio de lei complementar, como está a fazer o Governo).

Penso que é um golpe na democracia, porque o Governo encaminha o projeto num dia e, no seguinte, com a maciça maioria de que dispõe na Câmara de Deputados, já o coloca em votação, sem qualquer debate. Como se já não bastasse, é claro, o fato de que o Congresso Nacional rechaçou a manutenção da contribuição (que era provisória na origem - só para lembrar!). E isso a menos de um ano. Ora, então, o Poder Executivo está claramente a desrespeitar o seu dever de conviver de forma independente e harmônica com os demais poderes. Embora não seja vedado ao Executivo propor novamente projetos rejeitados, tal proceder revela evidente descompromisso com os postulados democráticos.


Em tempos de altos índices de aprovação, Lula dá um tiro no pé com tal conduta.

terça-feira, maio 27, 2008

BARBEIROS

Resolvi acordar cedo. Era tão cedo que fiz o mate, liguei a televisão e estava passando o Galpão Criolo. Para variar o Borguetinho se proseando! Depois entrou o programa rural, uma reportagem bem interessante sobre o cultivo de oliveiras aqui no Rio Grande, para a produção de azeite de oliva – diz que nossas azeitonas produzem um azeite de ótima qualidade, vejam só.

E por aí fiquei curtindo as primeiras horas da manhã e mateando. De repente entra o Pavão Bueno num discurso emocionado-padronizado, enaltecendo a vitória do sobrinho do Ayrton Senna no GP de Fôrmula 2 em Mônaco. Grand Prix de Mônaco, baita programa para um domingo de manhã. Há quantos anos não acordo para ver uma corrida; desde os tempos em que torcia para o Nelson Piquet (simpatia dos tempos da Brabham e daquela corrida em que ele desceu do carro e esmurrou o colombiano Guerreiro que o havia atrapalhado numa curva). Pois é, bons tempos em que os pilotos realmente pilotavam.

Tchê!, fiquei impressionado com a tal de corrida de Mônaco. O nível de “barbeiragem” dos caras é de constranger o espectador. Vou te contar, o cara que acorda todo domingo para prestigiar o espetáculo de “manetices” protagonizado por Nelsinhos, Rubinhos e Felipinhos é de corar as bochechas até do mais neófito dos motoristas. Sinceramente, fiquei impressionado. Não houve sequer uma ultrapassagem durante toda a corrida; e isso que os “pilotos” ficaram ali por duas longas horas, debaixo de chuva, e depois de sol, e novamente de chuva. Houve horas que cochilei, mas, é claro, sempre fui acordado pelos gritos entusiasmados do Pavão Bueno. Num deles, bradava o Pavão, porque o Rubinho empilhava voltas mais rápidas no circuito de rua. Não deu outra, beijo no muro na sequência. Quem não sabia? No começo da prova, o inglês Hamilton, o menos pior deles, bateu num “guard rail”. Críticas do Pavão! Em seguida, no mesmo local, o Felipinho Massa passou por cima da zebra, fez o carro rodopiar na pista e voltou, perdendo posições. Elogios do Pavão à perícia do audaz piloto brasileiro. Mais algumas voltas e o finlandês, companheiro de equipe do F. Massa, saiu na mesma curva. E aí o Pavão, de pronto, brindou-nos com uma detalhada explicação da maior habilidade do brasileiro na “barberagem”. Tchê!, é demais!

E assim transcorreu a manhã, com um bando de “barbeiro”, excepcionalmente bem remunerado, correndo debaixo de chuva, atropelando zebras, beijando muros e fazendo as maiores barbaridades com carros multi-equipados e multi-controlados por recursos da mais moderna tecnologia. Eu fiquei impressionado com o baixo nível da Fôrmula 1. Ah!, o Nelsinho Piquet (caiu longe do pé esse aí), pechou o carro duas voltas depois de entrar nos boxes e trocar pneu. O Pavão botou a culpa na equipe, alegando que colocaram pneus impróprios para as condições climáticas (pode ser, mas o Alonso, companheiro de equipe, terminou a prova com os mesmos pneus!). E o vencedor da prova foi o menos pior, o inglês que o Pavão tentou desmoralizar. O Massa, com todas as barbeiragens, tava em segundo, mas na última curva derrapou e cedeu a posição para um polonês (vejam só!), tal de Kubicka.

Vou te contar!, nunca mais...

25.maio.2008

quarta-feira, maio 21, 2008

LIDAS

A estrada sempre com suas novidades.
Vou pelos caminhos de sempre,
mas nada se repete.

E ali em frente,
pouco, muito pouco distante;
quanto deixo de aprender,
nos dias em que esqueço quem sou.

Remarco terrenos,
de boas lembranças;
sei que ali sempre estarão,
mas preciso remarcá-los,
naturalmente,
instintivamente.

Cevo mate,
com algumas folhas da laranjeira,
para manter corpo e mente em função.

Algumas coisas não estão como deixei,
e precisam de reparos;
como para testar,
algumas lidas
que o fazer o próprio sangue ensina.

Improviso um fogão campeiro,
debaixo do teto que construí,
com alguns tijolos remanescentes
e materiais utilizados em outras lidas.

Faço fogo,
espeto carne,
suficiente à fome.
Enquanto a madeira vira brasa,
o tempo é meu aliado,
para tudo que lembrar,
para tudo que quiser.

Sorvo mate,
forte e amargo,
para manter corpo e mente em função.

Quem fui, quem sou, quem serei,
nada mudou,
ninguém mudará;
o bicho homem,
solto e livre,
procura lidas,
para sobreviver.

ACESSIBILIDADE

Ali aonde ela morava,
um dia passei,
depois de um show de blues.

Resolvi chamá-la ao interfone,
para dizer-lhe a falta que sentia,
dos seus olhares e toques.

Mas fiquei parado,
diante de dois degraus,
balbuciando palavras,
à deriva de minhas vontades.

NIETZCHE

"Na cama não se fala de filosofia.
Peguei na mão dela, coloquei sobre meu coração, disse, meu coração é seu, depois pus sua mão sobre minha cabeça e disse, meus pensamentos são seus, moléculos do meu corpo estão impregnadas com moléculas do seu.
Depois botei a mão dela no meu pau, que estava duro, disse, é seu esse pau.
Ela nada disse, me chupou, depois chupei sua boceta, ela veio por cima, fodemos, ela ficou de joelhos, rosto no travesseiro, penetrei por trás, fodemos.
Fiquei deitado e ela veio de costas para mim sentou-se sobre o meu púbis, enfiou meu pau na boceta. Eu via meu pau entrando e saindo, via o cu rosado dela, que depois lambi. Fodemos, fodemos, fodemos. Gozei como um animal agonizando.
Ela disse, te amo, vamos viver juntos.
Perguntei, não está tão bom assim ? Cada um no seu canto, nos encontrando para ir ao cinema, passear no Jardim Botânico, comer salada com salmão, ler poesia um para o outro, ver filmes, foder. Acordar todo dia, todo dia, todo dia juntos na mesma cama é mortal.
Ela respondeu que Nietzche disse que a mesma palavra amor significa duas coisas diferentes para o homem e para a mulher.
Para a mulher, amor exprime renúncia, dádiva. Já o homem quer possuir a mulher, tomá-la, a fim de se enriquecer e reforçar seu poder de existir.
Respondi que Nietzche era um maluco.
Mas aquela conversa foi o início do fim.
Na cama não se fala de filosofia" (texto "ELA", Rubem Fonseca, do livro "Ela e outras mulheres")

quinta-feira, maio 15, 2008

EXPLICAÇÕES

Geralmente, é difícil explicar derrotas, ainda mais quando elas vêm depois de um grande esforço. Não foi o caso de Sport 3x1 INTERNACIONAL. Foi um vexame do Colorado em Recife. Jogando quase que toda a segunda etapa contra 10 jogadores, o INTERNACIONAL não teve uma única oportunidade de gol.

Não vou nem tecer as críticas habituais à qualidade técnica de alguns jogadores como é o caso de Orozco ou Jonas (esse não tem condições de estar sequer no grupo de atletas). Não, tenho outras explicações, algumas visíveis. O grande responsável pela derrota foi A. Braga, o motivador. Há dias que venho afirmando que Abel é um grande motivador, mas taticamente é péssimo (e um treinador, para ter sucesso, depende de 70% conhecimento tático e apenas 30% motivação). Foi ridículo o posicionamento da equipe na segunda etapa. 10 jogadores em frente à area e Nilmar, pobre Nilmar, isolado entre os zagueiros pernambucanos.

De outro lado, foi visível a letargia de Fernandão e Alex. E isso me fez supor a existência de algo nos bastidores que não conhecemos, e nunca vamos ter conhecimento. Todos nós sabemos que o futebol tem dessas coisas. O desempenho físico e emocional do INTERNACIONAL na segunda etapa, sem dúvida, franqueia tal tipo de raciocínio. As entrevistas de dirigentes, jogadores e, especialmente, de A. Braga, ao final da partida, o justificam inteiramente. Não é possível, algo que não foi nos dado conhecer aconteceu em Recife.

Tenho medo das consequências desse vexame! Pode gerar crise. Oremos!

quarta-feira, maio 14, 2008

AINDA AS CARROÇAS...

Recebi um e-mail ontem com crítica revoltada à minha posição favorável ao tráfego de carroças pelas ruas (postagem abaixo). O fundamento era que os maus tratos aos cavalos justificaria retirar os carroceiros de circulação. Informava o e-mail, ainda, que "a grande maioria dos carroceiros são bandidos foragidos ou estão cumprindo pena no semi-aberto". Não posso concordar e reitero minha posição favorável ao tráfego de carroças.

Quanto à situação de foragidos dos carroceiros, o dado não é verídico. E caso realmente hajam foragidos, cabe à polícia detê-los. A respeito de eventuais indivíduos submetidos ao regime semi-aberto, não conheço nenhuma restrição de que tais pessoas possam desempenhar atividades laborais. O argumento, aliás, beira o preconceito.

A respeito de maus tratos com os animais, estamos, sem dúvida, diante de situações raríssimas. Tanto é que o noticiário, até hoje, conseguiu "pescar" apenas uma matéria, sensacionalista diga-se de passagem, na qual um cavalo, de fato, morreu por esforço. Anoto que os meios de comunicação (especialmente a RBS) já demonstraram, tanto em matérias como através de seus formadores de opinião, posição contrária às carroças nas ruas.

A exceção não pode justificar a restrição. É sabido que os carroceiros, exatamente por dependerem dos animais, guardam relação de zelo, carinho e até mesmo louvor ao animal. O que falta aos críticos é maior conhecimento da realidade dessa gente que necessita das carroças e dos cavalos para sobreviver. Criticá-los, de dentro de uma casa quente e guarnecida de luxos ou de um automóvel, é bastante simples. A propósito, até mesmo o Sr. Paulo Santana, ferrenho crítico do tema, travestiu-se, recentemente, de carroceiro, para vivenciar a realidade. E já ficou com sua opinião bastante abalada.

Enfim, é preciso muito debate, é preciso muito conhecimento das realidades em jogo, antes de se tomar uma decisão que importará clara limitação de direitos.

terça-feira, maio 13, 2008

SIM ÀS CARROÇAS

Querem acabar com as carroças em Porto Alegre. E qual será o destino desses trabalhadores ? Esse o tema do debate entre Paulo Santana, Mario Marcos Souza e Moises Mendes que acabo de assistir no Blog do Paulo Santana do Clicrbs.com. Adianto, sou veemente contra qualquer proposta ou iniciativa tendente a cercear o direito de o cidadão transitar com sua carroça pelas ruas. E não só pela questão do trabalho, mas porque a carroça é um veículo de transporte como outro qualquer. Aliás, veículo que fez e faz parte da construção da história riograndense.

Pretender proibir o individuo de trafegar pelas ruas de carroça é, sem dúvida alguma, retirar o sagrado direito de ir e vir, que lhe é assegurado constitucionalmente. Afinal de contas, quem não tem condições financeiras de adquirir um audi, uma mercedes, um santana, uma brasília ou mesmo uma moto ou fusca, tem também o direito de transitar pelas ruas em seu meio de transporte - que é a carroça.

Não bastasse isso, realmente, é inegável que a carroça, hoje em dia, é utilizada como instrumento de trabalho, assim como a moto serve aos "motoboys" e os caminhões servem às transportadoras. Por que não se cogita de retirar os caminhões das ruas, devido à poluição que causam ?! Ou os "motoboys", sabida e comprovadamente grandes causadores de acidentes de trânsito, por que não se cogita de retirá-los das ruas ?! Simples, porque eles são fundamentais à sobrevivência desta sociedade de valores alterados em que vivemos. Os carroceiros, que trabalham honestamente, sem poluir, e, muito pelo contrário, recolhem o lixo urbano; esses são taxados de malfeitores à sociedade moderna, essa sociedade do progresso; nessa sociedade, aonde o dinheiro está acima de tudo, querem transformar o tráfego de carroças em algo ilícito.

Aos que ficam irritados atrás de uma carroça no trânsito recomendo uma boa música no rádio ou quem sabe não transpor seus problemas e estresses pessoais à liberdade dos outros. Aliás, essas mesmas pessoas que lutam pelo banimento das carroças, via de regra, são aqueles que ultrapassam sinal vermelho, não respeitam os limites de velocidade, estacionam em lugares proibidos e transgridem todas as regras da boa convivência no trânsito. Portanto, parem com esse absurdo de querer tirar as carroças das ruas!

quarta-feira, maio 07, 2008

GRAU DE INVESTIMENTO

Na semana passada o Brasil alcançou o Grau de Investimento pela agência Standart & Poors. Bueno, e aí, no que isso vai melhorar a vida dos brasileiros ? Quase nada, respondo, ao contrário das eufôricas notícias até agora veiculadas nas diversas mídias.

Diversos países menos considerados, como por exemplo Trinidad e Tobago, já contam com tal 'honraria' e não deixaram sua posição secundária no atlas global em virtude da mesma. É claro que sempre é bom obter um reconhecimento internacional deste porte, mas, é preciso ter os pés no chão, nosso país não se encontra preparado para ingressar no seleto grupo de países desenvolvidos, como as notícias dão a entender.

Primeiro porque o gasto público só tem crescido, desde a posse de Guido Mantega no Ministério da Fazenda (o Tesouro abriu as torneiras, depois da saída do contido Palocci, distribuindo cortesias aqui e acolá, com nítidos contornos e interesses eleitorais). Somado a isso, a alta carga tributária segue desestimulando investimentos em nosso setor produtivo (e não há sinais de que o projeto de mini-reforma entregue ao Congresso possa modificar este panorama).

De outra parte, nossa infra-estrutura, tanto física como humana, não está preparada para receber investimentos vultuosos. Fisicamente, não temos estradas, e muito menos ferrovias e hidrovias, capazes de escoar a produção com custos atrativos; nos falta recursos energéticos e mínimas crises com a da Bolívia já servem de ameaça ao parque industrial de diversos setores. Do ponto de vista humano, nossa mão-de-obra, além de cara e onerosa em comparação a outros países como Índia, China e Coréia, não está tecnicamente preparada para suprir a demanda. Há desemprego, mas os desempregados, majoritariamente, entram nas fileiras da mão-de-obra bruta. Faltam técnicos. Para se ter uma idéia, enquanto Índia e Coréia vão formar 300.000 e 40.000 engenheiros, respectivamente, no Brasil a estimativa é de aproximadamente 30.000 (número inexpressivo se comparado à proporção com a população coreana). Enfim, estamos atrasados tanto em investimentos na área de infra-estrutura como de educação.

Por tudo isso, e muito mais, dificilmente o dinheiro que chegará do exterior (essa é a única certeza decorrente do grau de investimento) aportará no setor produtivo, desencadeando riquesas e novos postos de trabalho para o país. O mais provável é que os milhões dos fundos de pensões multinacionais venham para engordar ainda mais a ciranda financeira, tornando ainda mais altas nossas taxas de juros (e caro o nosso crédito). O avanço de mais de 10% da bolsa de valores, com o volume de negócios na Bovespa quase dobrando, nesta primeira semana, já é uma perfeita demonstração disso.

terça-feira, maio 06, 2008

COTAS

Tenho lido muita coisa por aí a favor e contra o sistema de cotas para o ingresso nas universidades federais públicas. Os discursos, de um ou outro lado, em regra, são repetitivos. Um fato, porém, é inegável: os bancos acadêmicos das universidades públicas estão tomados, em sua maioria, por alunos provindos das classes A e B, quando muito da C e, com raríssimas exceções, das classes D e E. Como está não poderia ficar. O acesso universal, no atual sistema limitado de vagas, transformou-se em grande falácia diante da aprovação quase que exclusiva daqueles com melhores condições socioeconômicas de preparação.

Quando dos primeiros indícios da implantação do sistema, pareceu-me, ingenuamente, que o mesmo teria boa acolhida. Ledo engano. Os primeiros vestibulares já fizeram explodir demandas judiciais nos quatro cantos do país. E a questão, em breve, ganhará o Plenário da Suprema Corte. Com todo respeito, não consigo vislumbrar inconstitucionalidade alguma. Pelo contrário, ações afirmativas são a concretização de uma série de princípios e fundamentos de nossa República.

Mas, abstraído este debate jurídico, o qual não pretendo aprofundar, penso que há um argumento que derruba qualquer tipo de manifestação dos "prejudicados" pelo sistema de cotas. O pedido dos "prejudicados" é a sua inclusão em vaga inexistente. Afinal de contas, está lá no edital de qualquer concurso público (e o vestibular das universidades federais nada mais é do que um desses tantos certames públicos) o número de vagas disponíveis. O candidato não atingido pela ação afirmativa é conhecedor, desde o momento da inscrição no certame, do número de vagas disponíveis. Dizer, depois, que outra pessoa com menos méritos está ocupando sua vaga é tentar alterar as regras do jogo em meio à competição; é tentar fazer o seu interesse individual prevalecer sobre o coletivo.


Tenho certeza de que o sistema de cotas sobreviverá, será aperfeiçoado, e, em pouco tempo, renderá importantes frutos.

segunda-feira, maio 05, 2008

BIRTHDAY

"To end up alone
in a tomb of a room
without cigarettes
or wine -
just a lightbulb
and a potbelly,
grayhaired,
and glad to have
the room.

... in the morning
they´re out there
making money:
judges, carpenters,
plumbers, doctors,
newsboys, policemen,
barbers, carwashers,
dentists, florists,
waitresses, cooks,
cabdrives...

and you turn over
to your left side
to get the sun
on your back
and out
of your eyes." (BUKOWSKI, Charles)