quinta-feira, março 27, 2008

OBRIGADO SONY

Tchê, que maravilha, celular com rádio AM. É o sonho de todo futibeiro! Obrigado Sony, por atender aos nossos anseios mais fundamentais.



Não é só o visual do celular R306, da Sony Ericsson, que lembra um rádio. Ele é o primeiro celular vendido no Brasil a sintonizar tanto FM como AM.

Ele tem alto-falantes estéreo que cumprem muito bem a função do radinho de pilha, claro que com uma qualidade de som bem melhor. Na parte frontal, há botões de memória para as estações e um display externo mostra qual emissora está tocando.

Outro recurso interessante do R306, que agrada aos usuários de rádio relógios, é a possibilidade de programar o alarme do celular com uma rádio. Dá para acordar já com as notícias da manhã. O aparelho também grava trechos da programação e o transforma em toques em MP3.

O telefone vem equipado com uma câmera de 1.3 megapixels e Bluetooth não estéreo. O R306 é um aparelho GSM/GPRS e será vendido nas cores preto e branco. Ele estará disponível no Brasil a partir de julho, a um preço sugerido de 399 reais.

FENÔMENO


Kelly Slater é um desses fenômenos que o esporte produz de tempos em tempos. Está para o Surf como Pelé para o futebol, Jordam para o basquete, Comaneci para a Ginástica e Spitz para a natação. Ninguém foi maior que Slater em conquistas (octa campeão do Circuito Mundial) ou em inovações. No ano passado, após perder o título mundial para o australiano Mick Fanning (decidido na etapa brasileira, na Praia da Vila, em Imbituba), Slater deu a entender que iria se aposentar do Tour.

Veio 2008 e Slater, aos 36 anos, iniciou a temporada com a tradicional fome de vitórias, desbancando Fanning na final da primeira etapa, em Snapper Rocks - Gold Coast australiana. Hoje foi a vez do fenômeno cair na água em quatro baterias (oitavas, quartas, semifinais e final) e desbancar C.J.Hobgod, A.Irons, T.Burrow e B.Durbige antes de sagrar-se campeão da etapa de Bells Beach, também na Gold Coast. Mais uma vez Slater balançou o famoso sino de Bells (troféu na foto) e já se distancia na liderança do Circuito Mundial.


Confire matéria sobre o título no SPORTV (clique aqui).

Matéria no Site G1 (clique aqui).

quarta-feira, março 26, 2008

HABEMUS PATO


É isso aí. Anunciado o ingresso de Alexandre Pato no time, acordei de minha soneca da tarde, para ver o guri jogar. Saudade, confesso, dos tempos - breves - em que ia ao Beira-Rio com a certeza de ver ao menos um lance genial do guri. O jogo tava sonolento demais e eu realmente cochilava. Pato entrou em campo, com a camisa da seleção brasileira, pela primeira vez. Como fizera na estréia no Internacional, lá no Parque Antártica, em jogo trincado contra o Palmeiras, Pato marcou gol e selou o placar. Brasil 1x0 Suécia. Que estréia guri!

De agora em diante, Dunga não tem escolha: É PATO E MAIS 10!

domingo, março 23, 2008

LÁ EM CASA

Um avião rompeu o silêncio da madrugada,
cruzou meu céu em alta velocidade,
em linha reta,
passou ao lado de uma estrela,
acima do maior pinheiro,
traçou rota por detrás do pé de caqui
e foi caindo lentamente no horizonte.

IMBITUBA

Lá de cima,
quando vejo a Praia do Porto,
sinto-me privilegiado.

Por estar ali,
abençoado,
aproveitando cada um de seus tantos cantos.

Agradecido por todo sempre
por tê-la conhecido e incluído em minha vida
toda sabedoria e pureza de seus variados recantos.

A descida da Ribanceira,
escalavrando morro,
contemplando as imensas trilhas da Luz.

Os finais de tarde na Vila,
aonde fico a imaginar-me dono do mar,
desenhando linhas nas ondas perfeitas.

As noites no Farol,
em que passei horas e mais horas,
no mirante,
acompanhando o trafegar de barcos.

E as pessoas que lá conheci,
sempre dispostas a aprender,
ensinar e conhecer;
dias e noites para lá de plenas.

Sinto-me privilegiado e abençoado,
por ter Imbituba sempre em minha rota.

LUA CHEIA - NOITE CLARA

Meu céu agora está limpo,
como que varrido pela brisa,
que agora sequer movimenta árvores.

As estrelas estão todas ali,
no mesmo lugar de sempre,
enfraquecidas pelo luar pleno.

Como imaginara,
o brilho intenso voltaria;
agora, tudo parou a minha volta,
em completo silêncio,
é a noite mais clara de minha vida.

sábado, março 22, 2008

LUA CHEIA - NOITE ESCURA

O céu nublou,
escondeu a lua,
que guiava cada movimento da vida.

Diante do escuro repentino,
na total penumbra,
tive imensa dificuldade.

As referências se foram,
mais uma vez,
os sentidos falharam em total desorientação.

Resolvi esperar,
inerte,
porque não se deve combater.

O mesmo vento que trouxe nuvens,
estou certo,
terá de levá-las e devolver-me
a claridade perdida.

COULTRAINE

A lua surgiu.
plena e luminosa,
clareando a mente,
transformando árvores em enormes criaturas.

Cevei um amargo,
servi uma dose de butiá,
preparei um caximbo
Captain Black - branco

Com o piano de Coultraine
voei longe, em fumaça espessa,
de sabor forte e amargo,
vento denso...
que embalava criaturas e pensamentos.

terça-feira, março 18, 2008

SAÚDE

"O importante é ter saúde". É essa sentença, dita de um mendigo, com bafo de álcool exalando, às 15 horas, debaixo de um sol torrencial, parece soar engraçada e contraditória. Faz pensar. Em meio à confusão do dia-a-dia, em que todas as coisas - e também as pessoas - são deixadas de lado, ouvir isso de alguém tão desamparado socialmente me leva à reflexão. Mas há tantas coisas sobre as quais refletir. E, geralmente, não consigo tirar conclusão alguma do tanto que reflito. Só consigo concluir que está cada dia mais complicado acordar, sair da cama, caminhar. O importante é que tenho saúde, penso. Sim, mas até quando ? - é o pensamento seguinte. E será que tenho mesmo ? Saio a dar um giro pela cidade e vejo uma senhora, beirando os setenta, caminhando curvada, acima do peso, com nítida dificuldade para dar uns breves passos, em meio à confusão do trânsito e das calçadas. Motoqueiros buzinam incessantemente e se contorcem em meio a centenas de carros. Sinaleiras abrem e fecham e os cruzamentos ficam cada vez mais entupidos e confusos. Buzinas, muitas buzinas. Tento fechar o vidro e ligar o som num volume suficiente a me privar do mundo externo, mas está muito quente, abafado. Volto à realidade e é difícil pensar em algo diferente de "o importante é ter saúde". Chego num CFC, preciso renovar minha habilitação, já vencida aliás. Uma série de instruções no balcão, incluindo a necessidade de levar, numa próxima ocasião, fotos 3x4 (coisa que eu imaginei nem existisse mais), um comprovante de endereço (para quê?!). Daí por diante é só pagar algumas taxas (que reunidas totalizaram R$ 116,oo), realizar um exame médico e uma prova de defesa defensiva e meio ambiente (?!). No fundo, penso, já imerso no trânsito, o que importa é pagar as taxas. E como é complicado estar em dia com as taxas da vida. Com as taxas que nos cobram o governo, o comerciante, o flanelinha e todos que nos rodeiam. Não é difícil alguém te fazer sentir devedor de algo, de uma obrigação não contraída, de um passe na quadra, de uma passagem no trânsito, de um sorriso ou de uma lágrima, de uma mentira ou de um maço de cigarro, de uma frase bem colocada, de uma dessas tantas taxas. O próprio telefone, hoje em dia, para que serve ? Talvez para dar trabalho a muita gente que te importuna, em meio a esse monte de coisas que é o dia-a-dia. Aquele mendigo, o que acha importante ter saúde, me perguntou se eu trabalhava ou só ficava em casa repousando. Sorri e respondi, já saindo com o carro, que trabalhava. Sim, claro, trabalho. Aparentemente trabalho e, aparentemente, tenho saúde. Um dia volto lá e retomo esse diálogo perdido.

quarta-feira, março 12, 2008

MUCHAS GRACIAS

"Hay que andar tanto por el mundo
para constatar ciertas cosas,
ciertas leyes de sol azul,
el rumor central del dolor,
la exactitud primaveral.

Yo soy tardío de problemas:
llego tarde al anfiteatro
donde se espera la llegada
de la sopa de los centauros!
Allí brillan los vencedores
y se multiplica el otoño.

Por qué yo vivo desterrado
del esplendor de las naranjas ?

Me he dado cuenta poco a poco
que en estos días sufocantes
se me va la vida en sentarme,
gasto la luz en las alfombras.

Si no me dejaran entrar
en la casa de los urgentes,
de los que llegaron a tiempo,
quiero saber lo que pasó
cuando cerraran las puertas.

Cuando se cerraron las puertas
y el mundo desapareció
en un murmullo de sombreros
que repetían como el mar
un prestigioso movimiento.

Con estas razones de ausencia
pido perdón por mi conducta." (Pablo Neruda, "Muchas Gracias", do livro Jardim de Inverno, p. 55)

terça-feira, março 11, 2008

SERRAMALTES

Comprei 21 garrafas de Serramalte. E com essa caixa de cerveja cheguei em casa. Já havia tomado vinho demais e o sol que brilhava lá fora convocava para um banho na piscina. Mergulhei profundamente. O dia transcorreu de forma rápida, o sol pelas estrelas, já nem lembro detalhes, só do engradado de Serramalte sendo carregado até a frente da geladeira. Acomodei cuidadosamente uma por uma as garrafas, seis no compartimento extra-gelado, as outras empilhadas nas prateleiras abaixo. O refrigerador repleto de garrafas de Serramalte. Coloquei o termostato no médio. O dia passou como vento. Acordei domingo, não deu sequer tempo de fazer um mate. Imaginei comprar umas carnes e assá-las. Ficou na imaginação. Do meio dia para duas da tarde, num piscar de olhos e num mergulho profundo dentro d´água. Foram embora. Nenhuma garrafa foi tocada. As 21 garrafas de Serramaltes ali permaneceram, intactas, prontas para um verdadeiro dia.

terça-feira, março 04, 2008

JOÃO SEM MEDO

"OS NÚMEROS" - crônica de João Saldanha, publicada no O GLOBO, em 23.06.1970

"CIDADE DO MÉXICO - Uma coisa muito importante para o futebol foi amplamente comprovada nesta Taça do Mundo. Quero me referir aos sistemas de marcação 'por número´.
Penso que é dever ser considerado ridículo falar sobre futebol moderno tentando enumerar as linhas do campo.
Assim, quem quiser explicar um jogo de futebol moderno dizendo ou escrevendo que esta ou aquela equipe jogou 4-2-4 ou 5-2-3, ou se quiserem ainda 4-4-2 e ainda mais 4-3-3, está enganando os leitores ou ouvintes.
Estou falando, é claro, sobre futebol moderno. Qualquer futebol numérico, nos dias de hoje, é antiquado. Qualquer equipe que jogar uma partida e no dia seguinte o comentarista puder dizer aritmeticamente ou geometricamente como jogou, isto significa que a tal equipe jogou futebol antigo.
É certo que se pode dizer que um quadro jogou fazendo marcação por 'zona', ou que outro jogou fazendo marcação por 'homem a homem', ou com 'líbero'. Muito bem, isto está certo.
Como jogou o Brasil, por exemplo, contra a Itália ? Respondo que o Brasil jogou marcando todo o campo. Onde houvesse perigo tinha um jogador de camisa amarela disputando a bola. Houve ocasiões em que Pelé e Tostão estavam perto de Brito e até na cobertura. Mesmo que o esquema geral de jogo previsse que quem deveria ajudar a defesa eram Jair e Rivelino, Pelé e Tostão retornavam porque o perigo estava mais próximo deles.
Isso quer dizer que qualquer rigidez de jogo deve ser abandonada por quem queira jogar futebol sério.
Os italianos foram antiquados no seu sistema de jogo. Por exemplo: Jair deslocava-se para o meio de campo, Fachetti o acompanhava e uma 'avenida' maior do que o 'Paseo de la Reforma' ficava aberta para o Carlos Alberto entrar e se constituir sempre em perigo permanente para a meta de Albertosi.
Mesmo que Carlos Alberto não tivesse condições de atacar, de todos os modos se constituia sempre em jogada de descanso para a seleção brasileira. Lógico! Carlos Alberto não tinha a quem marcar e andou pelo campo livremente.
Evidentemente isto não estava previsto num esquema rígido e o quadro brasileiro aceitou tudo que lhe foi oferecido.
A Taça do Mundo de 1970 evidenciou de maneira clara e nítida que os sistemas 'numéricos' e os sistemas 'rígidos' pertencem ao passado."

REFORMA TRIBUTÁRIA

O Poder Executivo encaminhou ao Congresso um Projeto de Emenda Constitucional contemplando "Reforma Tributária". Dentre as principais propostas estão a extinção de diversas contribuições sociais como COFINS, PIS e CIDE e, em sua substituição, a criação de um tributo denominado IVA (Imposto de Valor Agregado), bem como a unificação da legislação do ICMS via legislação federal.

A proposta não é e fica bem distante das necessidades do país. Aliás, reforma tributária de verdade, no Brasil, é algo praticamente impossível, porque os diversos jogos de interesse envolvidos jamais chegarão a uma comunhão de vontades. Municípios, Estados e União possuem interesses antagônicos e incompatíveis; empresários e trabalhadores lutam, noutras trincheiras, por alterações que contemplem menor carga tributária e maiores direitos laborais; e, finalmente, o contribuinte, parte menos fraca nas relações tributárias, pretende diminuição dos ônus e maiores serviços sociais. Todos esses interesses jamais serão integralmente atendidos.

E, partindo desse contexto, nota-se que é bastante complicado falar em "reforma tributária". O projeto encaminhado nada mais é do que uma proposta de simplificação do sistema tributário, tanto na esfera federal como dos Estados-federados. E aí reside, exatamente, seu único ponto positivo. Simplificar o sistema, por via transversa, é diminuir os ônus tributários, o que já é bastante positivo. Porém, não haverá redução da carga tributária; não haverá redistribuição dos tributos entre os entes federados e não haverá, ao menos substancialmente, menores custos à contratação de trabalhadores.

A menos que o Congresso aprofunde o projeto, pela via de emendas, estaremos bem distantes de ter, efetivamente, uma reforma tributária. Para isto, seria necessário, além de alterar a denominação dos tributos, alterar o sistema de distribuição das verbas públicas e ir a fundo no tema das atribuições, receitas e competências de cada ente federado (o sistema instaurado pela Constituição de 1988 foi perverso com os Estados, hoje, em sua maioria, falidos). Mais ainda, do ponto de vista da iniciativa privada, seria fundamental estabelecer programa de benefícios tributários cumulativos à produção (não bastando a demagógica proposta de isentar de tributação produtos de necessidade básica - como óleo, pão e outros).