segunda-feira, fevereiro 18, 2008

BASTIDORES DOS VESTIÁRIOS

Há tempos estou para escrever a respeito do episódio entre Romário e E. Miranda, no Vasco da Gama, no qual o dirigente afirmou que interfere sim na escalação da equipe e técnico que quiser ter vida longa em São Januário terá de se submeter à suas idéias de futebol. Mas foi oportuno não tê-lo feito, porque, agora, o episódio envolvendo a demissão de V. Mancini do Portoalegrense traz nova vida ao tema. O ex-treinador da azenha declarou em sua saída que houve tentativa de intervenção do diretor de futebol P. Pelaipe, com a qual não poderia concordar, tendo acarretado sua resistência na demissão.

Bueno, acompanhei os episódios e as opiniões dos "doutos" comentaristas (99,9% contrárias à intervenção dos dirigentes). E, sinceramente, não posso concordar. Dirigente de futebol tem sim o dever de intervir na escalação do time. Afinal de contas, ele é o mandatário maior do torcedor; ele é eleito para comandar, da melhor forma, a agremiação; ele é eleito, num clube de futebol, porque, presume-se, conheça e entenda do riscado. O que não entra na minha cabeça é essa "permissividade" que o futebol brasileiro confere aos treinadores, especialmente os de renome, de alcançarem o vértice da pirâmide no organograma do clube. Com dirigentes despreparados e sem competência para assumirem a função, os técnicos adquiriram funções outras que não a de administrar o grupo, treiná-lo e escalá-lo da melhor maneira possível. Agora também contratam (ou criticam a ausência de contratações), fazem comentários sobre as finanças do clube e se imiscuem em assuntos administrativos, com a maior desenvoltura.

No caso Romário, E. Miranda exigiu a escalação de um jogador 'prata da casa', com ótimas condições de se transformar, em futuro breve, num ótimo negócio para o clube. No caso Mancini, a direção exigia que o time tivesse maior competitividade e poder de marcação, típicas características da agremiação no decorrer da história. Em ambos, tanto pela valorização do patrimônio como pela preservação das tradições, agiram de forma correta os dirigentes.

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