domingo, outubro 04, 2009

O Centenário FANTE


Louco para tomar um trago, mas sem um tostão no bolso. O que fazer ? Bukowski costumava ir à Biblioteca Pública de Los Angeles atrás de leituras. Foi numa dessas que se deparou com Pergunte ao Pó. Devorou a obra numa só sentada. Depois disso sua vida nunca mais seria a mesma: "John Fante se tornaria uma influência no meu modo de escrever para a vida toda", escreveu Charles Bukowski, em 1979. Curiosamente, foi Buko que tirou Fante do anonimato, divulgando e incentivando a publicação dos escritos na Black Sparrow Press, sua editora à época.
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Fante começou a escrever em 1929 e teve seu primeiro texto publicado na revista The American Mercury em agosto de 1932: o conto Altar boy, traduzido em português sob o título de Coroinha. Na mesma revista, publicou Lar, doce lar em novembro de 1932, Primeira Comunhão e Craque de beisebol em março de 1933 e A odisséia de um wop em setembro de 1933. Em outubro de 1934, publicou o conto Um de nós na revista Athlantic Monthly. Esses contos foram republicados nos livros Dago Red e O Vinho da Juventude.
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Seu primeiro romance, Espere a primavera, Bandini, foi publicado em 1938. No ano seguinte Pergunte ao Pó foi publicado. Em 1940 a coletânea com seus contos: intitulada Dago Red foi lançada.
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Para ganhar dinheiro, Fante trabalhava como roteirista em Hollywood. Fez o roteiro para filmes como Full Of Life, Jeanna Eagels, My Man and I, The Reluctant Saint, Something for a Lonely Man, My Six Loves e Walk On the Wild Side.
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John Fante descobriu que tinha diabetes em 1955 e as complicações da doença terminaram por deixá-lo cego em 1978. Mesmo assim continuou a escrever ditando para sua mulher, Joyce, e o resultado foi Sonhos de Bunker Hill. Morreu com 74 anos em 8 de maio de 1983, justamente quando começava a ficar cultuado no cenário da literatura underground. Seu filho, Dan Fante, escreveu um romance sobre a morte do pai intitulado Chump Change, ainda inédito no Brasil.

2 comentários:

Edmar disse...

Mais um dos meus favoritos. Tenho 5 livros dele, e foi realmente o velho buk que mo apresentou. Grande Fante.

Abs.

Luiz Portinho disse...

é isso aí Edmar. Fante e Buko são coisa muito nossa... Bunker Hill e A Caminho de Los Angeles são livros fantásticos, desses de ficar pensando nas histórias e no que mais terás pela frente quando não está lendo... 1933 foi um ano ruim tb. é uma história fantástica... Estou com Espere a Primavera Bandini para ler e quero comprar o Pergunta ao Pó (e ver o filme de novo)...