quinta-feira, outubro 30, 2008

O BANGU e OS PONTOS CORRIDOS

A definitiva eliminação do INTERNACIONAL do campeonato brasileiro 2008 se deu com um empate constrangedor contra o Náutico, ontem, no Beira-Rio. Fui em todas as partidas do Gigante nesta temporada e o clube pernambucano foi a pior equipe que vi atuar neste certame. Mesmo assim o INTERNACIONAL não só empatou, como empatou de forma constrangedora, levando um gol "quixotesco" aos 48 minutos do segundo tempo.

Meu objetivo neste post, entretanto, não é comentar o jogo do COLORADO, mas observar mais uma faceta interessante deste certame por pontos corridos, já arraigado na tradição do futebol europeu e que a cada temporada ganha mais adeptos aqui na "terra brasilis". Sempre fui favorável à fôrmula, tanto pela maior possibilidade de planejamento para as equipes como pelo aspecto do respeito ao torcedor; mas especialmente pelo caráter de justiça de termos como campeão aquela equipe que melhor se preparou e se portou durante todo o certame e não num eventual triunfo decorrente dos formulismos de outrora.

Mas, voltanto ao foco do post, gostaria de anotar a faceta interessante do sistema de pontos corridos: a eliminação sem traumas. Como preconizei, desde o dia 1º de setembro, em minha coluna semanal no BLOgreNAL (edição número 85), o Internacional não tinha mais o que fazer no certame. Na época escrevi que "A diretoria do INTERNACIONAL precisa colocar os pés no chão. A Copa Sudamericana deve, a partir de agora, virar prioridade. Não temos mais qualquer chance de conquistar o Nacional ou de obter vaga para a Libertadores, sejamos realistas. Chega de ilusão!". Pois bem, transcorridos quase dois meses, aí está a confirmação, com este empate sórdido contra o Náutico.
Repito, o que surpreendeu, ontem, foi a total ausência de traumas na eliminação. Reparei no semblante da coloradagem que a torcida estava mais do que pronta para cair fora da disputa; houve como que um conformismo generalizado e até alguns sorrisos de deboche depois do gol do adversário. Aliás, tal fato somente reforçou minha convicção de que eu não era o único a ter abandonado as chances matemáticas. O campeonato por pontos corridos prepara o torcedor para o fracasso.

Talvez por isso o empate de ontem e a eliminação definitiva não tenha causado trauma algum, ao contrário de outras nos tempos do formulismo. Lembro de uma eliminação de brasileiro, em 1985, para o Bangu. Vencíamos o jogo aqui no Gigante da Beira-Rio e, com tal resultado, garantíamos a vaga para enfrentar o Brasil de Pelotas nas semifinais do certame. Até que, aos 46 do segundo tempo, Gilmar Rinaldi (nosso arqueiro) tocou a bola com a mão fora da área, num lance bizarro. Marinho, ponta direito do Bangu, cobrou a falta com perfeição no ângulo. Foi meu primeiro grande trauma no Beira-Rio. E do alto de meus 12 anos tive meu primeiro retorno quieto e introspectivo para casa.

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