segunda-feira, agosto 22, 2011

Esportes Paraolímpicos



Seminário discutiu alternativas para a qualidade de vida das pessoas com deficiência
Seminário discutiu alternativas para a qualidade de vida das pessoas com deficiência

O seminário Qualidade de Vida na Deficiência, realizado nesta manhã (22), no Teatro Dante Barone, e coordenado pela presentadora da TV Assembleia Legislativa, Juliana Carvalho, apresentou o painel Esportes Adaptados e Escola Paraolímpica, com o presidente da Associação RS Paradesporto, Luiz Cláudio Portinho. A atividade integra a programação da 1ª Semana da Valorização da Pessoa com Defiência, evento promovido pelo Parlamento gaúcho por meio do programa Assembleia Inclusiva.

O debatedor fez um histórico do esporte voltado às pessoas com deficiência que culminaram na realização dos Jogos Paraolímpicos, que ocorrem sempre no mesmo ano e na mesma sede dos jogos Olímpicos. “O esporte paraolímpico passou a ganhar força a partir de projetos após a Segunda Guerra Mundial que pretendiam ajudar na recuperação de mutilados e lesados pelo conflito. Hoje as sedes olímpicas já são todas adaptadas aos atletas com deficiência, tornando-se assim um exemplo para todas as cidades”, contou Portinho.

O projeto RS Paraesporte já existe há dois anos, e se diz herdeiro de outras iniciativas voltadas ao público, que sempre trabalharam no sentido de reinserir estas pessoas no mercado de trabalho e garantir-lhes qualidade de vida. “Hoje existem diversas associações e ONG´s que trabalham com o esporte na deficiência. Mas não podemos esquecer dos pioneiros, que durante décadas levaram esta bandeira de forma totalmente independente e sem nenhuma visibilidade”, exaltou.
O presidente da Associação RS Paraesporto também se queixou da falta de apoio institucional que existe ao esporte paraolímpico no Rio Grande do Sul, que mesmo com grandes resultados segue à margem na distribuição de verbas e na criação de espaços para a prática esportiva. “Faltam políticas públicas, diria até que elas inexistem, tanto por parte dos governos municipais quanto do governo do Estado. Tudo depende apenas do esforço das pessoas envolvidas, e no esporte de alto rendimento sabemos que o ideal é o atleta estar concentrado apenas no seu desempenho. Mas não, temos que ser atletas, marketeiros, administradores, etc”, reclamou.
Escola Paraolímpica
Apresentada como a “menina dos olhos” da RS Paraesporte e como um passo importante para o desenvolvimento esportivo para os deficientes, a Escola Paraolímpica foi fruto de um grande esforço por parte dos esportistas e de seus apoiadores. Segundo Portinho, as dificuldades foram muitas, pois a verba existia e não era liberada pelos organismos públicos. “Tivemos que ingressar no Ministério Público, infelizmente, para liberar algo que tínhamos direito. Já haviam crianças interessadas, e nos sentíamos constrangidos e frustrados cada vez que as mães vinham até nós perguntar sobre o projeto”, contou.
Atualmente a grande luta é para encontrar professores especializados no trabalho com os diferentes níveis de limitações e deficiências apresentados pelos desportistas. “É inaceitável que não existam professores de educação física para participar do projeto. Mesmo a desculpa de que as universidades, de forma errada, não preparam os alunos para lidar com este público não é válida. Ninguém sai do curso sabendo tudo, para isto existe as especializações”, argumentou.
Portinho terminou sua intervenção exaltando o trabalho de muitas pessoas que auxiliam os projetos, e também as pessoas com deficiência que encontraram no esporte uma forma de obter qualidade de vida, e muitas vezes até uma forma de renda. “Já passamos daquela fase em que os deficientes eram vistos como um fardo para as famílias, pessoas dignas de pena. Hoje muitos já trabalham, e em muitos casos sustentam suas famílias. No caso do esporte, muitos já sobrevivem exclusivamente de sua prática esportiva, com bons patrocinadores, estrutura e tudo mais. Mas ainda falta para muitos rever seus conceitos”, finalizou.

Nenhum comentário: