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Quando Leandrinho perdeu o controle da bola, num lance, digamos, grotesco para um jogador do cartaz NBA, ainda restavam 42 segundos para terminar o jogo. Daí por diante, os argentinos gastaram os 24 segundos no ataque subseqüente e converteram mais dois pontos com Luis Scola. Ainda houve um ataque falho do Brasil e, depois, uma cesta de três pontos com Marcelo Huertas, a dois segundos da buzina – que diminuiu a diferença para dois pontos. Cortamos o jogo com falta e Scola converteu dois lances livres que selaram o placar final.
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Leandrinho mostrou que é mais cartaz do que produção efetiva para o time. Permaneceu boa parte do jogo sentado no banco de reservas, até porque se carregou em faltas no primeiro tempo. No terceiro período praticamente não entrou em quadra e o time não sentiu falta de sua ausência. No minuto final perdeu o controle de uma bola dominada, situação inadmissível para um jogador que quer ser decisivo e vencedor.
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Do outro lado tivemos Luis Scola, o melhor jogador da posição número “4” (ala pivô) em atividade no basquete mundial. Que jogador! Difícil definir ou adjetivar um jogador tão fantástico. Foi ele que anotou os 7 primeiros pontos argentinos na partida. Foi ele que colocou o time de volta no jogo no terceiro quarto. Foi ele que chamou a responsabilidade do jogo nos minutos finais, quando a partida caminhava a decisão nos últimos segundos (ou para a prorrogação). Foi ele que converteu os dois lances finais que fecharam o placar. Foi ele que marcou 38 pontos e nos colocou debaixo do braço. Por tudo isso, foi mais do que justo o gesto de louvor do técnico argentino Sergio Hernandez, no banco de reservas, quando Scola anotou uma cesta decisiva quase ao final do jogo. Com Luis Scola o trabalho de Hernandez fica bem facilitado.
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E por falar em treinador, fiquei com a impressão de que o Sr. Magnano falhou (ou se omitiu?!) no minuto final da disputa. Não quero questionar a qualidade e competência do treinador. Devemos a ele muito nessa volta do Brasil ao nível de “seleção quase-grande”. Sim, ainda falta um pouco para chegarmos ao nível das grandes seleções. Quando Leandrinho errou bisonhamente, repito, tínhamos 42 segundos para o final do jogo e perdíamos por 3 pontos. Não era hora de parar o jogo com falta ? Não foi fatal deixar os argentinos queimarem precisos 24 segundos ? Estou convicto que sim. Tanto que conseguimos tirar a diferença nos parcos segundos restantes. Tivéssemos mais 16 segundos, digamos, e poderíamos, no mínimo, ter mais uma ou duas oportunidade de ir ao ataque tentar três pontos, colocando os argentinos na linha do lance livre. Eu sei que o “se” não ganha jogo, mas o que me causou estranheza foi a aparente omissão do Sr. Magnano em momento tão fundamental para nosso basquete.
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Gostaria de marcar alguns pontos positivos. Primeiro do jogo. Anderson Varejão, voltando de lesão (nem sei se estava 100%), foi um grande. Tentou de todas as formas conter Scola. Quem não conhece basquete dirá que não conseguiu, frente à pontuação do argentino. Mas quem conhece não pode fazer tal afirmação. Varejão se portou como um grande basqueteiro e causou problemas (acreditem!) a Scola. Marcelinho Huertas provou que temos armador. Com 35 pontos manteve o seu time sempre no jogo, inclusive com uma cesta de três pontos a dois segundos da buzina. Com esse podemos contar. Fez um ótimo Mundial. Alex Garcia foi outro que me agradou durante toda a campanha. Justificou em todos os momentos seu apelido: o Bravo. Guilherme Giovanonni e Marcelinho, já veteranos, demonstraram que são reservas de média qualidade.
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Tiago Spliter, parece, sentiu a responsabilidade. Jogou bem nas partidas fáceis e falhou contra os grandes (ARG, ESL e EUA). E já que falo de pivô, JP Batista não tem condições de seguir na seleção (está muito atrás de Baby, Paulão e até do jovem Lucas Bebê); e Murilo, embora não tenha grandes qualidades, mostrou muita disposição quando recebeu oportunidades. Pode figurar, mas, no máximo, como quarto pivô. Nosso maior problema, contudo, continua sendo a armação. As coisas melhoraram com Huertas, mas Nezinho de reserva é brincadeira. O menino Raul Neto poderia ter recebido mais oportunidades. Precisamos, com urgência, formar armadores.
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Enfim, é preciso trabalhar, e forte, nas categorias de base. Formar atletas, com urgência. Nossa campanha no Mundial foi fraca. Ganhamos de seleções fraquíssimas: Irã e Tunísia e de uma Croácia que entrou para não jogar contra nós. E perdemos para Eslovênia, Estados Unidos e Argentina. Ainda somos um selecionado “quase grande”.