O amigo Sancho viu esta foto e fez a seguinte indagação: "Quando é que nos tornamos um país de frescos?! Olhem aí, pura festa. O resultado é o de menos. O ir ao estádio bastava em si mesmo. O adversário fazia parte do programa.". E olha que o Sancho é gremista dos quatro costados.
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A realidade é que o futebol se elitizou e isso pode ser notado, com tranquilidade, no pátio dos estádios. No tempo desta foto, o torcedor de baixa renda ficava rondando pelo patio do Beira-Rio, duas ou tres horas antes do jogo, puxando conversa com os demais e solicitando ajuda para pagar o ingresso na coreia (para quem não conhece, a coreia era o setor popular em que o torcedor assistia aos jogos em pé, ali embaixo da social e da geral)... Mas não era esse pedinte dos dias atuais, o pedinte da cachaça ou do crack... Era um pedinte que conhecia a história do Internacional e que a tinha ajudado a construir... Muitos deles eram trabalhadores que colocaram a mão na massa para erguer o Gigante. Havia uma solidariedade incrivel no patio do Beira-Rio nessa época.
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Saudades desse tempo; muitas saudades de subsidiar uma coreia para um irmão colorado.
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Saudades desse tempo; muitas saudades de subsidiar uma coreia para um irmão colorado.
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Saudacoes rubras, Portinho.
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ps. depois que fechei a postagem o amigo Bered lembrou-me de um jogo marcante da importância da coreia e dos coreanos. era 1990, ou 91, a duas rodadas do final do campeonato nacional estávamos na zona do rebaixamento. veio um jogo contra a Portuguesa e nosso time estava em frangalhos. o público no Gigante foi de aproximadamente 20 mil colorados, dos quais 15 mil estavam na coreia. de fato, foi marcante meu amigo Bered! o barulho que a coreia fez no Beira-Rio neste jogo nunca mais foi repetido...