sábado, janeiro 31, 2009

HERÓIS NACIONAIS

Wlamir Marques, Amaury Passos, Rosa Branca, Edson Bispo, Jathyr, Waldir Boccardo, nomes heróis nacionais cujo nome é muito pouco conhecido pela maioria de nosso povo. Essas lendas e seus companheiros, lideradas pelo treinador Togo Renan Soares, o Kanela, conquistaram há exatos 50 anos, o primeiro título de Campeão Mundial do Basquete para o Brasil.


Depois de duas vitórias sobre Canadá e México e uma derrota para a poderosa União Soviética, o Brasil trocou a cidade de Temuco por Santiago, aonde disputaria com outras cinco seleções o título mundial. Na Capital chilena, foi montada uma quadra de basquete atrás de uma das goleiras do Estádio Nacional, o que atraiu grande público ás partidas.

Com um jogo baseado em contra-ataques, devido à baixa estatura de nossos atletas em relação aos rivais, o Brasil estreou na segunda fase vencendo Formosa. Depois, massacramos Porto Rico e vencemos a Bulgária, em jogo no qual os búlgaros abusaram da violência. Veio, então, novo confronto contra a URSS; e nova derrota. O resultado praticamente asseguraria o título aos soviéticos; mas, em tempos de guerra fria, a União Soviética se negou a enfrentar Formosa (porque o Governo comunista não reconhecia a recém independente República Democrática da China). A decisão acarretou punição aos soviéticos e recolocou o Brasil na briga pelo título. Veio então o confronto contra os americanos.
Diante de mais de 20 mil chilenos (que a essas alturas já torciam inflamadamente pelo Brasil), realizamos uma partida espetacular; liderados por Wlamir Marques, que anotou 26 pontos, os brasileiros batarem os yankes por 81x67, praticamente assegurando o título.

No último dia, há exatos 50 anos, em 31.janeiro.1959, o confronto contra o Chile foi a coroação de uma campanha brilhante. O Brasil conquistava seu primeiro título mundial. Cinco anos antes, em 1954, o técnico Kanela e os atletas Wlamir, Amaury e Algodão estavam na seleção que conquistou a medalha de prata (perdendo para os EUA na final) no Mundial do Rio de Janeiro. Essa mesma geração subiu muitas vezes ainda em pódios de Mundiais e Jogos Olímpicos; foram várias medalhas de bronze e prata, além do Bicampeonato Mundial em 1963. São verdadeiros heróis de nosso esporte.



a Taça de Campeão do Mundo 1959 está na sede da Confederação Brasileira de Basquete

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Porque hoje é o Dia do Payador...

"Se não houver campo aberto
lá em cima, quando eu me for,
um galpão acolhedor,
de santa fé bem coberto,
um pingo pastando perto,
só de pensar me comovo,
eu juro pelo meu povo,
nem todo céu me seguro,
retorno à velha planura
para ser gaúcho de novo"



De tanto ir y venir...

De tanto dir y venir
abrí mi huella en el campo.
Para el que después anduvo
ya fue camino liviano.

En infinitos andares
fui la gramilla pisando.
Raspé mí poncho en los talas.
Me hirieron pinchos de cardo.

Las huellas no se hacen solas
ni con sólo el ir pisando.
Hay que rondar madrugadas
maduras en sueño y llanto.

Viento de injustas arenas
fueron mi huella tapando.
Lo que antes fue clara senda
se enyenó de espina y barro.

Parece que no hubo nada
si se mira sin mirarlo.
Todo es malezal confuso,
pero mi huella está abajo.

Desparejo es el camino.
Hoy ando senderos ásperos.
Piso la espina que hiere,
pero mi huella está abajo,

Tal vez un día la limpien
los que sueñan caminando.
Yo les daré, desde lejos
mi corazón de regalo.
(Atahualpa Yupanqui)

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Ganância

Você que pensa que sou otário
tudo bem, pode cobrar
o teu preço, a medida de valor
que satisfaz a tua ganância.

Não vou reclamar, não vou choramingar,
pagarei tudo que impuseres;
a ganância do preço
que satisfaz os teus valores.

Depois de pagar o teu preço,
sairei da tua frente,
com a carteira vazia, sem moeda que seja no bolso;
a noite continuará seguindo o dia
e a eterna ausência será minha resposta
aos valores satisfeitos por teus preços.

Cavalo Negro

"DARK HORSE"

You thought that you knew where I was and when
But it looks like they’ve been foolin’ you again,
You thought that you’d got me all steaked out
But baby looks like I’ve been breaking out

I’m a dark horse
Running on a dark race course
I’m a blue moon
Since I stepped from out of the womb
I’ve been a cool jerk
Looking for the source
I’m a dark horse.

You thought you had got me in your grip
Baby looks like you was not so smart
And I became too slippery for you
But let me say that was nothing new.

I’m a dark horse
Running on a dark race course
I’m a blue moon
Since I picked up my first spoon
I’ve been a cool jerk
Looking for the source
I’m a dark horse

I thought that you knew it all along
Until you started getting me not right
Seems as if you heared a little late
But I warned you when
We both were at the starting gate

I’m a dark horse
Running on a dark race course
I’m a blue moon
Since I stepped from out of the womb
I’ve been a cool jerk
Cooking at the source
I’m a dark horse. HARRISSON, George

Poderíamos mudar de assunto ?

Quando sento e fico observando todos a minha volta, tenho vontade de ficar ali por muito mais tempo do que posso. O que se passa dentro da mente de um ser humano é algo tão complexo que nem mesmo cem anos ali parado, com todos a minha volta se expressando, me traria o aprendizado necessário para compreendê-las, as mentes humanas. E aí, ouvindo o que está sendo lançado no ar, tento discernir e raciocinar um pouco. Mesmo assim não me é dado conhecer e entender o complexo funcionamento das mentes humanas. Só o que posso afirmar é que para falar mal de uma pessoa é preciso conhecê-la muito bem.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Stones - 1a turnê

"The tour was a slow trudge from one shabby hotel to the next, playing twice nightly with rudimentary sound equipment. Oldham - setting a pattern for the rest of his relations with the band - was conspicius by his absence. Without any management presence to keep them on the straight and narrow, the Stones discarded their stage suits in favour of rufled shirts or polo necks, corduroys and white jeans. By the standarts of the conservatively present musicians of the day, the Rolling Stones were the scruffiest band ever to have got up on a stage." (Jon Ewing - The Rolling Stones "Quote Unquote")

quarta-feira, janeiro 14, 2009

NOT GUILTY

"Not guilty
For getting in your way
While youre trying to steal the day
Not guilty
And Im not here for the rest
Im not trying to steal your vest.

I am not trying to be smart
I only want what I can get
Im really sorry for your ageing head
But like you heard me said
Not guilty.

Not guilty
For being on your street
Getting underneath your feet
Not guilty
No use handing me a writ
While Im trying to do my bit.

I dont expect to take your heart . . .
I only want what I can get
Im really sorry that youre underfed . . .
But like you heard me said . . .
Not guilty.

Not guilty
For looking like a freak
Making friends with every sikh
Not guilty
For leading you astray
On the road to mandalay.

I wont upset the apple cart
I only want what I can get
Im really sorry that youve been misled . . .
But like you heard me said . . .
Not guilty." (George Harrison)

segunda-feira, janeiro 12, 2009

LIXO


Escrever com a luz...

“Fotografar é escrever com a luz”. Essa foi a melhor definição do ofício que já encontrei. Li numa revista de fotografia há algum tempo. Não lembro o nome da autora e nem sei se a definição era original. Mas foi a melhor que já encontrei.

Não há dúvidas; se você não souber utilizar a luz, medí-la, posicioná-la, transformá-la em imagem, não terá jamais uma fotografia. Uma boa fotografia ao menos. As cores, as tonalidades e as próprias formas do quadro dependem da boa ou má utilização da luz.

Aquele rosto indecifrável, porque você tirou um retrato contra o sol, e que iguala seu trabalho a uma composição do primário. Ou, na mesma situação de exposição ao sol, quando se consegue uma composição de imagens aonde só há siluetas em meio a uma paisagem perfeita, que equiparam sua fotografia a uma peça de Pessoa.

Uma noite de lua cheia pode se transformar num quadro todo negro ou, para quem sabe escrever com a luz, numa fotografia de uma noite de lua cheia. A luz, muita ou pouca, é igual para todos. A diferença está na escrita que se faz com ela.
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novembro de 2008.

sábado, janeiro 10, 2009

Muito mais perto...

Tão importantes ,
quanto o ar que respiro,
a água que bebo;
estão todos aqui
perto de mim.

E a vida transcorre
sem pausas ou interrupções.
Um beijo, um sorriso,
olhares desconfiados, brincadeiras,
gestos costumeiros de proteção,
experiência e conversa,
garrafas de Patrícia gelada,
esta mensagem tão (in)esperada;
tenho todos aqui
muito perto de mim.

Todos esses anos,
passados, vividos,
nossas duas, três, inúmeras vidas,
sem pausas ou interrupções;
tenho todos aqui
muito mais perto de mim.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Piedra y Camino...

"Del cerro vengo bajando,
Camino y piedra,
Traigo enredada en el alma, viday
Una tristeza...

Me acusas de no quererte.
No digas eso...
Tal vez no comprendas nunca, viday
Porque me alejo...

Es mi destino
Piedra y camino...
De un sueño lejano y bello, viday
Soy peregrino...

Por mas que la dicha busco,
Vivo penando...
Y cuando debo quedarme, viday
Me voy andando...

A veces soy como el rio:
Llego cantando...
Y sin que nadie lo sepa, viday
Me voy llorando...

Es mi destino,
Piedra y camino...
De un sueño lejano y bello, viday
Soy peregrino..." (Atauhalpa Yupanqui)

terça-feira, janeiro 06, 2009

PRIMEIRO FRUTO


domingo, janeiro 04, 2009

Rock ´n´ Roll Circus

Desde que tive a honra de ganhar Rock ´n´ Roll Circus do meu primo Marcelo, num natal distante, já assisti ao filme incontáveis vezes. Em geral, coloco o disco só para ouvir enquanto faço outra coisa, mas termino parando tudo para assistir. As pouco mais de dez músicas, com certeza, não passam de uma pequena amostra do que foram os dois dias de dezembro de 1968 dos quais temos esse incrível registro.
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Essa pequena amostra, porém, é primorosa. Começando por Jethro Tull, liderado pelo louco Ian Anderson e sua flauta mágica; seguido pela linda e melódica Marianne Faithfull; e passando pela (infelizmente) única reunião do grupo Dirty Mac - sorte de quem teve essa oportunidade de assistir John Lennon, Keith Richards, Eric Clapton e Mitch Mitchell juntos. Nem a participação da chata Yoko consegue estragar a festa. Enquanto Richards dita o ritmo no baixo, e Mitchell faz muito barulho na bateria, Lennon e um Clapton nitidamente turbinado tiram ‘reefs’ históricos de suas guitarras. Só mesmo vendo.
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Mas o circo pega fogo mesmo (literalmente) quando entram em cena Jones, Watts, Wyman, Richards e Jagger. Do filme consta apenas um mini show de cinco músicas; o suficiente para dizer que Rolling Stones é não só a melhor banda de rock de todos os tempos, mas também para deixar claro que ninguém se compara ao magro Mick Jagger quando o assunto é performance de palco. Na segunda música, “Parachute Women”, até o pessoal do ‘back stage’ aparece pulando e dançando na cena, tamanho era o atiço da coisa. No final, em “Sympathy for the Devil”, Jagger tira a camisa e revela três enormes pinturas de lúcifer pelo corpo, enquanto Lennon, Marianne, Clapton, The Who e companhia vibram na platéia.
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Não bastasse toda a música, há ainda momentos épicos como um diálogo psicodélico entre Jagger e Lennon e também as hilárias cenas de Keith Richards como dublê de apresentador do circo, baforando um charuto cubano.
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Quem nunca viu tem de ver; quem já viu tem de ver de novo, muitas vezes...

sábado, janeiro 03, 2009

Agrados...

“Uno de los agrados del verano en Buenos Aires: descansar en un banco de plaza, de noche, cuando refresca. Éste es un placer positivo; me pregunto si en invierno habrá alguno equivalente. ¿ Estar en cama, con una chica, con la chimenea encendida, mientras afuera llueve ¿ Desde luego; pero este placer es más complejo, menos contemplativo. En la plaza basta el banco, la soledad, la noche y la frescura; en el otro está la chica, tal vez en el paraíso, pero indubitablemente un ser, un prójimo, con psicología, en todo caso.” (BIOY CASARES, Adolfo, Descanso de Caminantes, pp. 17-18)

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Estrada...

“Money in my pocket”, do Dennis Brown, trouxe direto à mente dias de viagens pelas estradas da vida; eu ali pilotando o carro, com as pessoas que quero a meu lado (geralmente em sono profundo). Eu e a estrada a sós, sempre, livres para ouvir a música desejada e para voar longe em pensamentos e paisagens. O melhor da estrada é isso, o movimento contínuo que te deixa tão atento a tudo que circunda a vida, essa liberdade que instiga a mente. De Navegantes ao Rio de Janeiro, de Colonia de Sacramento a Rivera, de Uruguaiana a Mar del Plata, de Pelotas a Montevideo, da nevasca de Reno à noite iluminada de Los Angeles, do Grand Canyon aos longos desertos de Nevada, de San Diego a Tijuana, de um dia em Santa Bárbara, uma madrugada inteira desbravando a BR-101, Bombinhas ao amanhecer, Imbituba a Caputera depois de uma noite no Farol Bar, os longos campos até Eldorado, sol, chuva, neve, a noite, escuridão, caminhos sempre novos, amigos, companheiras, solidão, eu nunca quero abandonar a estrada.