Tudo bem, o árbitro Jorge Larrionda foi terrível. No mínimo, deixou de anotar o penalty sobre Pato, no final da partida; e faltou critério em sua atuação. Mas não vamos justificar, pela atuação do árbitro, o péssimo empate de 0x0 com o Velez Sarsfield (ficou difícil a classificação!). A choradeira de Abel Braga, Giovani Luiggi e Vitório Piffero ao final da partida, nas entrevistas de rádio, foi patética, justificando o resultado negativo apenas pela atuação desastrosa do árbitro.
Não, não foi Larrionda o responsável pelo placar em branco e pela péssima atuação da equipe Colorada. Quando Cristian foi expulso, o time argentino já dominava as ações e loteara a meia cancha, tomando conta da partida. Abel, mais uma vez, tirou coelho de cartola ao escalar Hidalgo na zaga (e depois não quer ser chamado de Professor Ludovico). Quem esteve no Beira-Rio e tem um mínimo de conhecimento de tática e futebol reparou que o Inter foi escalado num esquema covarde (5-3-2 chama-derrota) e com tal esquema covarde permaneceu até o final da partida, mesmo precisando desesperadamente da vitória.
Faltou ousadia. Na segunda etapa, Alexandre Pato (que deveria ter saído no 11 inicial) ficou completamente isolado na frente e a única opção de jogada eram os chutões para frente de Índio, Edinho e Hidalgo. Sim, acredite quem não foi a campo e não viu a partida pela televisão, os três zagueiros foram investidos na condição de armadores. E Pato, coitado, ficou lá na frente dando cabeçadas e trombadas nos zagueiros argentinos. Aos 43 minutos da segunda etapa o Internacional era atacado pelo Velez e mantinha uma linha de 5 zagueiros e mais 3 jogadores postados logo a frente da zaga, esperando o adversário passivamente, com Pato completamente isolado no meio de três brutamontes argentinos. Foi a atuação mais covarde da Era Abel.
Já estamos adentrando no mês de abril e, até agora, o Internacional ainda não definiu seu 11 inicial e muito menos o esquema de jogo. E, agora, para meu pavor total, passamos a utilizar o malfadado 3-5-2 (que para mim é um 5-3-2) chama-derrota. Nem mesmo as vitórias e boas atuações contra Juventude e Emelec, adotando um consistente 4-4-2, com 3 homens de força na meia cancha (Edinho, Wellington e Perdigão), mais Fernandão de meia avançado, municiando dois atacantes (Pato e Iarley) foi suficiente. Nada parece suficiente para que Abel pare, de uma vez por todas, de inventar.
Chega Abel! Chega de invenção!