quinta-feira, dezembro 29, 2011

FELIZ ANO NOVO...

COLORADOS - UM FELIZ 2012...

QUE SE REPITAM AS ALEGRIAS DE 2011...

Com um elenco recheado de craques...




VITÓRIAS DECISIVAS EM CLÁSSICOS gNAIS...




E MAIS ALGUMAS TAÇAS NO ARMÁRIO...


Campeão da Taça Farroupilha, vencendo os pijamas na final


Gauchão, mais uma conquista, vencendo eles na final, claro! Jogadores comemoram vitória por 3x1 no clássico gNAL. Depois de ouvir o torcedor azul imitar um macaco quando foi para o aquecimento, Zé Roberto entrou em campo e mudou a história da decisão. Uma conquista típica do CLUBE DO POVO do Rio Grande do Sul.

Por que no Gigante da Beira-Rio nós sempre tratamos cafezinho como final de Copa do Mundo!


Plantel comemora a conquista do Bicampeonato da RECOPA, após vitória sobre o Independiente de Avellaneda-ARG

General Bolivar levanta o caneco da RECOPA (tá faltando lugar no armário!)

EM 2012, MAIS UMA VEZ, TODOS OS CAMINHOS e as RUAS DE FOGO LEVARÃO A FAMÍLIA COLORADA AO GIGANTE DA BEIRA RIO.




DESEJO A TODOS UMA ESPETACULAR TEMPORADA DE FUTEBOL e EMOÇÕES. E com mais uma expedição ao Japão no final da temporada. O Barcelona que se prepare bem, porque o COLORADO DOS PAMPAS vem aí.

Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (39*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.

Luiz Portinho - mais de 750 jogos no Gigante da Beira Rio

e p'ra turminha da azenha... que venha logo o Tri-Rebaixamento e, quem sabe, a Taça Li"B"ertadores.

quarta-feira, dezembro 28, 2011

Final de ano

As faculdades de jornalismo deviam incentivar seus acadêmicos a fixar um paradigma que seria muito útil aos leitores, ouvintes e telespectadores. Após o dia 20 de dezembro, todas as redações deveriam fechar suas portas, conceder férias coletivas a repórteres, e determinar programações baseadas em músicas (no caso das rádios), reprises e retrospectivas (para jornais e emissoras de televisão).

É impressionante a banalidade e a repetição do noticiário dessa época. Os jornais que leiao estampam matérias, todas, baseadas em boatos ou na repetição de pautas. Ouvir rádio no final de um domingo é receber aquela gama de números e estatísticas enfadonhas sobre carros entupindo estradas; quilômetros de trânsito nas rotas e os cemitérios abarrotados de motoristas imprudentes. O noticiário esportivo é so boataria. Isso sem contar a já tradicional picaretagem parlamentar de final de ano. Dessa vez foi a liberação geral da Lei da Ficha Limpa (ou a sua não-aplicação).

Pilhas de lixo retiradas do rio, estiagem aqui, revolta das águas acolá. O mundo caminhando a passos largos para o caos. O ser humano cada vez mais imbecil.

sábado, dezembro 24, 2011

JUIZITE

Nós, magistrados, temos tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a “juizite”. (ELIANA CALMON - Corregedora Geral da Justiça)

sábado, dezembro 03, 2011

RS PARADESPORTO

Espantem o abutre



* Crônica de Mario Marcos, que ganhou 2o lugar no Prêmio ARI 2011

Sempre que vejo imagens dos haitianos devastados pela cólera, poucos meses depois de um terremoto que arrasou com a pouca estrutura do país, lembro de um sul-africano chamado Kevin Carter (1960 – 1994). Um dia, ao caminhar perto de uma vila no sul do miserável Sudão, Carter teve sua atenção despertada pelo som de uma criança choramingando. Viu a menina e percebeu que ela tinha se abaixado para um rápido descanso da caminhada entre sua casa e um centro de alimentação. Carter preparou sua máquina e ficou ali, à espera de um ângulo para fotografar a menina. Fez isso depois de 20 minutos – e sua foto entraria para a história como uma das mais chocantes e impactantes da África. Ela mostra a criança abaixada, em primeiro plano, e ao fundo um abutre. O impacto da foto está em sua mensagem subliminar: não se sabe se o abutre está à espera da menina ou apenas atraído pelo lixão do local.

Carter esperou 20 minutos porque tinha esperança de que a ave abrisse suas asas, mas diante da demora clicou assim mesmo. A foto foi vendida ao The New York Times e publicada em 26 de março de 1993. A repercussão foi arrasadora. Durante toda a noite, as linhas telefônicas do jornal ficaram congestionadas por pessoas aflitas, que queriam saber se a menina tinha sobrevivido – e se Carter espantara o abutre. Sim, respondeu o jornal, o fotógrafo afastou a ave e, mesmo que não o fizesse, a menina ainda tinha forças para completar a caminhada até o centro de alimentação. O jornal só não sabia dizer o que acontecera com a criança depois da foto. Um ano mais tarde, Carter ganhou a distinção mais cobiçada de fotografia, o Prêmio Pulitzer por Recurso Fotográfico, na Universidade de Colúmbia, em Nova York. Naquele mesmo ano, ele dirigiu até um local de sua infância, desviou a mangueira do escapamento para o interior do carro e se suicidou.

Conta a lenda que o trauma pela foto o levou a isso, mas havia mais problemas atormentando o fotógrafo. Em um bilhete de despedida, ele revela que estava sem dinheiro, sem telefone, sem amigos e castigado por lembranças de “assassinatos, cadáveres, raiva e dor”.

Nos 15 meses entre a foto no Sudão e o suicídio, Carter sofreu com as críticas e o debate do velho dilema do fotógrafo: fazer logo o registro ou interferir no fato? Nem sua garantia de que espantou o abutre serviu para acalmar os críticos. Por que a foto causou tanto impacto e rejeição a Carter? Todos conhecem a miséria da África, todos acompanham há muito tempo histórias de crianças mortas de fome e sede em países como o Sudão, por que então a foto escandalizou tanto? Simples: é que todos se viram ao lado de Carter, olhando pelo visor da máquina. Ao apertar o disparador, ele trouxe a miséria para dentro da casa de cada um – e poucos o perdoaram por isso. Talvez muitos tenham ajudado a África depois do choque provocado por aquela foto, mas não importa: a dor e a imagem do abutre à espreita abalaram a moral de cada um.

Carter hoje fotografaria o Haiti e seus muitos abutres. Toda aquela comoção da fase do terremoto, a mobilização de artistas e governos, foi reduzindo-se aos poucos. Foi dia 12 de janeiro deste ano, mas dá a impressão de que foi há muito tempo. Em meio à destruição do pouco que tinham, os haitianos agora convivem com a cólera, que surge exatamente desta miséria em que vivem. Há representações de países trabalhando por lá, mas o esforço é quase nada comparado ao que o mundo poderia fazer. É que o impacto, neste mundo de informação rápida, costuma durar apenas 48 horas, como disse o promotor americano a uma repórter condenada por não revelar sua fonte, no filme Nada mais que a Verdade. As 48 horas do Haiti já passaram – e poucos se oferecem para afugentar o abutre.