quinta-feira, dezembro 25, 2008

REGRESSO

Regresso só para casa,

como no passado,

mas dessa vez livre,

para retornar

ou para ficar

até o final de tudo.

.

Não sinto o gosto amargo do fracasso

de uma noite imaginada.

Não lamento as tantas coisas

que desejava para mim.

.

Voltei só, um só livre,

de bar em bar,

sem indagações, sem compromissos,

com hoje ou amanhã.

.

O caminho para casa foi toda cidade,

das curvas da Dona Laura e da Vasco,

da Ipiranga completamente deserta

à Santo Antonio e à Farrapos,

da Beira-Rio em segunda marcha,

com o rio iluminado ao fundo;

da guria que pulava de alegria.

A cidade acordada

como há tempos não desfrutava

num dia desses.

Um comentário:

Anônimo disse...

Na maioria das vezes é preciso estar sozinho para poder vislumbrar todas as coisas maravilhosas ao nosso redor,pois com esta vida atribulada parecemos meras engrenagens de uma máquina, frios e introspectivos e incapazes de valorizar e principalmente questionar o porquê de estarmos inseridos em determinado grupo ou local, deixando que nossas atitudes nos remetam a mais insípida inércia.
É necessário que os homens deleitem-se com cada instante vivido, pois ele será único e imutável.

Adorei os versos! Me idenfiquei ao ler. Parabéns!!! Bjoss!!