terça-feira, dezembro 23, 2008

Chuva de Verão

Nuvens escuras apontaram no horizonte,

primeiro no sul,

depois, em rápido movimento,

cercaram o sol, a casa

e, em minutos, tomaram conta do céu.

.

A natureza inteira se alvoroça.

O Ingá, os eucaliptos, o robusto pinheiro,

dançam ao sabor do vento,

a cada rajada expelem odores

e coreografam a paisagem.

.

Trovões e raios.

Pássaros agitados

cruzam o espaço,

as vezes em vôos razantes,

ouço cânticos e gorjeios,

soam como sinfonia;

até o galo brada forte,

denunciando a repentina mudança.

.

Por breves segundos,

tudo para.

Não há cheiros, vôos ou sons,

somente o ar pesado

e a certeza do que se aproxima.

.

Os primeiros pingos

deitam sobre a terra quente,

sinto o indescritível odor abafado,

quase posso vê-lo

a se desprender do chão.

Despenca água,

não se ouve mais nada

além da força da chuva.

.

Para onde foram os pássaros ?

E o vento para onde foi ?

As árvores já não dançam,

agora quedam inertes

sujeitando-se às vontades da chuva.

.

O universo está paralisado,

nada se movimenta,

a não ser a cachoeira d´água;

são minutos de monopólio total.

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