.Não fosse a força e coragem dessa figura e não teríamos vivenciado este Mundial na África. Há décadas, quando Mandela sofria nos calabouços sombrios do abominável regime do aparthaid, jamais se poderia imaginar que vivenciaríamos estes 30 dias de total futebol e aprendizado com a África do Sul. A entrada do velho Mandela no Soccer City, no final da cerimônia de encerramento da Copa e minutos antes de a bola rolar para partida final, foi um dos momentos mais marcantes e importantes desses 30 dias.
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Os relatos da imprensa que foi cobrir o Mundial dão conta que ainda há muito a ser feito para que o pedido de reconciliação feito por Mandela seja algo concreto. A África do Sul está longe de viver um regime sequer próximo do imaginado pelo líder. Johanesburgo ainda é um bunker aonde africaners e negros evitam até mesmo sair as ruas depois de determinado horário para evitar conflitos.
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Não se pode negar também que o Mundial deixa dívidas enormes à África e grandes elefantes brancos; é o já conhecido lado negativo de um evento deste porte, demasiado custoso para países pobres (aqui no Brasil já sentimos isso no PAN/07 e sentiremos novamente, a partir de agora, com o Mundial/14 e Olimpiadas/16).
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Mas, mesmo com o peso de 91 anos, Mandela não poderia deixar de comparecer ao Soccer City hoje. O Velho Líder não poderia nos deixar orfãos desse momento que para sempre ficará marcado na memória. Para ser sempre lembrado, assim como o ensinamento que proferiu no dia em que tomou posse como o primeiro Presidente negro do país: "forgive but not forget".
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