1993 ou 1994, não interessa. Eu a esperava na garagem do prédio. Ela sempre demorava. Mulheres. Que a espera sirva para algo. Naquele dia havia um cara na garagem. Um cara velho. Recolhia bugigangas de um carro. Tinha uma caixa de ferramentas à mão e fumava um caximbo. Sujeito interessante (infelizmente nunca mais nos encontramos). Pronto a ensinar algo para meus 20 anos recém completos.
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“desci à garagem atrás de um pouco de sossego”, me disse, explicando que havia se desentendido com a patroa..
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Sorri. Ficamos ali conversando. Eu nem poderia imaginar, mas aqueles minutos me perseguiriam pelos tempos: a caixa de ferramentas, o caximbo, as palavras sóbrias de um homem sereno em busca de tranqüilidade.
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Quem não gostaria de estar, agora, fumando um cachimbo, ouvindo Beatles e tomando whisky ?
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