terça-feira, janeiro 03, 2012

PRE SAL I

"Criada pela revista The Economist, em 1977, a expressão se refere ao súbito desequilíbrio, e piora geral, de uma economia nacional quando ela é beneficiada pela descoberta de um recurso natural valioso. O nome vem do processo aberto pela descoberta, em 1959, de enormes campos de gás na Holanda, que no curto prazo causou dificuldades.

As consequências da riqueza súbita em um país despreparado costumam ser nefastas. A repentina entrada de fundos estrangeiros provoca, na regra, a supervalorização da moeda local, causando inflação e sufocando o desenvolvimento de outros setores da economia. Há o risco do que os economistas chamam de desindustrialização. Como se não bastasse, os novos investimentos favorecem a corrupção e estimulam a cobiça nos grupos dominantes, o que pode levar a disputas que no limite transformam-se em guerra civil.

No caso da Holanda, a exportação de gás supervalorizou a moeda, diminuindo a competitividade da indústria local, que começou a encolher. Houve queda significativa nas exportações, que levaram dez anos para voltar a crescer. Como o país já possuía uma base industrial, um setor de exportações robusto e marcos institucionais sólidos, a economia se recuperou do choque e a Holanda, ironicamente, tornou-se um dos poucos países a não sucumbir à doença holandesa. Mesmo assim, o nome pegou. E a doença se manifestou no Oriente Médio e na África." (in "O Iraquiano que foi para o frio" - Revista Piaui n. 63)

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