As mulheres com quem vivi adoravam
suas obrigações com a família, compromissos,
fazer cooper, cursos de teatro, trabalhos e projetos, ir à praia, comícios, shoppings,
casamentos, funerais, cursos de línguas, cafés, festas, bares e assim por diante.
Enquanto eu vivia com esta
máquina.
Enquanto elas desempenhavam funções sociais, lutavam
contra preconceitos, desbravavam fronteiras, salvavam espécies,
e enquanto elas falavam ao telefone
Esta maquina e eu vivemos aqui
Juntos
Como estamos vivendo juntos aqui nesta noite: a máquina, os 2 cachorros, o rádio e um pouco mais.
Depois que eu morrer elas dirão (se perguntadas): “ele só gostava de dormir e beber; ele nunca queria ir a lugar algum, bem talvez ao campo de futebol, aquele lugar estúpido!”
As mulheres que conheci e com quem vivi eram muito sociáveis, sem tempo para nada, entusiasmadas, apressadas, como se alguma experiência de grande importância aguardasse por elas.
“É um grupo de new-bossa-samba, eles são demais!”
“Estou atrasada para minha aula!”
“Tenho de terminar um relatório do trabalho!”
“Estou indo ao aeroporto buscar a Ciclana que chegou de Paris!
“É a festa de aniversário surpresa da Beltrana!”
“É o casamento de uma amiga de infância!”
Entretanto, eu tenho esta máquina
Esta máquina e eu vivemos juntos
De verdade.
Uma boa menina
Quase sempre fiel.
segunda-feira, novembro 16, 2009
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