D´Alessandro é um jogador de capacidade técnica indiscutível. Mas precisa estar afim de jogar. O salário vultuoso e em dia que lhe é creditado na conta bancária todo início do mês, apenas, não servem de incentivo e motivação. É preciso o algo mais que só o boleiro sabe o que é.
Desde meados de julho, especialmente depois da partida contra o Botafogo no Engenhão, ficou evidente que o argentino não estava afim colocar seu sangue para o time (escrevi a respeito no BLOgreNAL - coluna n. 132). Havia algo mais do que os aviões de carreira no espaço aéreo do Beira-Rio.
As dúvidas foram esclarecidas ontem. Melhor jogador em campo, dedicado, comunicativo com seus companheiros e voltando para marcar, D´Alessandro foi novamente o diferencial do Colorado.
O emblema do que digo se deu aos 20 e poucos minutos da segunda etapa, logo após o INTERNACIONAL perder um golo num contra-ataque iniciado pelo argentino. Mário Sérgio o chamou na área técnica e ao pé de ouvido lhe passou instruções. D´Alessandro foi dali para o meio campo e reuniu 3 companheiros para uma rápida troca de informações. Logo em seguida marcamos o terceiro golo e conferimos números definitivos ao placar.
3x1 sobre o Náutico. Além da recuperação de D´Alessandro (o grande reforço para esse "sprint" do campeonato), pode-se dizer que a vitória foi deveras importante. Afinal de contas, há mais de mês não sabíamos o que era conquistar três pontos.
Mas paramos por aí. Ficou claro que o "Vesgo" terá muito trabalho, especialmente com o sistema defensivo (não é possível que percamos todas as bolas aéreas como está acontecendo). Aliás, parece-me evidente que as falhas do sistema defensivo são decorrentes da falta de treinamentos específicos. Afinal de contas, Bolivar e F. Eller, a zaga de ontem, é a mesma que há 3 anos conquistou a América. O terceiro zagueiro não tinha o que fazer, porque o adversário só deixava um atacante posicionado (D. Moraes poderia atuado como líbero a frente da zaga!). Pior ainda, os três defensores atuaram em linha.
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Nas laterais, Danilo se lançou à frente, mas não conseguiu acertar sequer uma jogada. Kleber parece que ainda está com o freio que Tite lhe impôs (custa a passar do meio campo). Glaydson e Guina pouco chegaram ao ataque e Andrezinho teve atuação discreta como 2o homem de ataque pela esquerda (Taison nesta função pode dar mais agilidade ao sistema ofensivo). Alecsandro anotou 2 golos e o que interessa para centroavante é colocar a bola para dentro.
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Na sequência teremos o retorno de peças importantes como Sandro e Giuliano das seleções, Taison e Índio suspensos e Edu que deve consolidar sua forma física. Seis pontos contra o Atlético-PR (casa) e Fluminense (fora) são imprescindíveis, além de secar o Palmeiras.
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