“Fotografar é escrever com a luz”. Essa foi a melhor definição do ofício que já encontrei. Li numa revista de fotografia há algum tempo. Não lembro o nome da autora e nem sei se a definição era original. Mas foi a melhor que já encontrei.
Não há dúvidas; se você não souber utilizar a luz, medí-la, posicioná-la, transformá-la em imagem, não terá jamais uma fotografia. Uma boa fotografia ao menos. As cores, as tonalidades e as próprias formas do quadro dependem da boa ou má utilização da luz.
Aquele rosto indecifrável, porque você tirou um retrato contra o sol, e que iguala seu trabalho a uma composição do primário. Ou, na mesma situação de exposição ao sol, quando se consegue uma composição de imagens aonde só há siluetas em meio a uma paisagem perfeita, que equiparam sua fotografia a uma peça de Pessoa.
Uma noite de lua cheia pode se transformar num quadro todo negro ou, para quem sabe escrever com a luz, numa fotografia de uma noite de lua cheia. A luz, muita ou pouca, é igual para todos. A diferença está na escrita que se faz com ela.
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novembro de 2008.
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