quarta-feira, maio 11, 2011

Humanidade nada humana

O Superior Tribunal de Justiça "reconheceu o status de união estável aos relacionamentos homoafetivos com base em leis infraconstitucionais. Para a relatora, as uniões de pessoas de mesmo sexo se baseiam nos mesmos princípios sociais e afetivos das relações heterossexuais. Negar tutela jurídica à família constituída com base nesses mesmos fundamentos seria uma violação da dignidade da pessoa humana. A decisão confirma a partilha de bens determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) com base nas regras do Direito de Família." (clique aqui e confira a íntegra da notícia). Na semana passada, mais precisamente no dia 5 de maio, a Suprema Corte já reconhecera que a união homoafetiva encontra proteção em nosso sistema constitucional, criticando qualquer forma de discriminação (clique aqui e confira matéria).

Não quero aqui ingressar no debate do tema propriamente dito, mas fazer uma reflexão. Nesse julgamento de hoje que acabo de mencionar, no Superior Tribunal de Justiça, o recurso foi encaminhado ao Tribunal Superior por um homossexual que manteve relação homoafetiva durante 10 anos e, por força de tal fato, foi condenado a dividir com o companheiro os bens adquiridos na constância do relacionamento. O homossexual alegava exatamente que a divisão de bens importaria em ofensa a normas do Código Civil e da Lei n. 9.278/1996, que se referem à união estável como união entre um homem e uma mulher, ou às regras da sociedade de fato.

Então, estamos diante de situação em que o homossexual alegou em seu recurso, para proteger interesses financeiros e econômicos, exatamente a tese daqueles que são e sempre foram contrários ao reconhecimento das uniões homoafetivas. E, diga-se, por isso, são considerados preconceituosos e discriminadores.

Como apontei, é apenas uma reflexão que gostaria de fazer. Nessa sociedade em que estamos vivendo, os interesses econômicos e financeiros estão acima de qualquer coisa. Até mesmo de questão tão relevante como o reconhecimento de direitos a igualdade e dignidade.

E assim caminha essa nossa humanidade do século XXI...

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