Agora chove, estou aqui cevando meu mate. O inverno chegou esta semana. Foram os momentos mais quentes dos últimos dias, das últimas semanas. Pareceu verão, ao sol, sem camisa. A chapa conservada das intempéries; caliças guardadas para a composição do fogão gaudério. Tocos de lenha, gravetos extraídos a golpes de machado, folhas de Correio do Povo para incendiá-los. O panelão sendo preenchido por água, com gotas espessas de limão, nada mais que o suficiente para tirar uma fervura do mondongo. Noutra frente, as patas e os tendões, acompanhados de outros galões d´água, já no cair da tarde. Lenha, muita lenha, pois tal função iria perdurar noite adentro, debaixo de sereno e trago. Um pedaço de lingüiça e outro de carne, para encostar o estômago. Fogo, prosa e trago para alegrar, madrugada adentro. Poucas horas de sono pestanejado. Um novo dia se apresentando, ainda mais quente que o anterior. O fogão ainda aquecido por brasas. A chaleira com a água ainda quente, recomendando o preparo do chimarrão. Lingüiça fina, tripa, coaleira, feijão adormecido na água, a última etapa por vir. Alho e sal para temperar, o que a tradição nunca vai deixar esfriar.
LPortinho, sobre um 20 de junho de 2007, que todos deram como um Dia Histórico para o Rio Grande e que acabou com Boca Jrs. dois a zero neles.
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