Seria muita pretensão se considerar um Imperador do Samba, mas naquela quarta-feira a noite me senti diferente. A coisa é contagiante, tudo encarnado à volta, os títulos marcados na parede da quadra de ensaio revelam tradição para poucos. A bateria é ensurdecedora, fiquei com zumbidos no ouvido por dois ou três dias. È demais, contagia, não dá para ficar parado. Entra a bateria, vem as passistas, ótimas, mulatas fantástica, perfeitas, que rebolam e sambam com maestria. A passista vinha à nossa frente e ficava rebolando e baixando até o chão, enlouquecendo-nos com sua beleza e desenvoltura. O passista era um negão picareta, todo de branco, com passinhos rápidos e malandriando os pés, fazendo trejeitos de reverência à passista. Ela no tipo esnobe soltava os quadris e deixava a rapaziada babando. E as baianas davam show, todas na casa dos 50 ou 60, com uma expressão de alegria no olhar comovente, revelando todo o esforço e paixão dedicados à Escola.
Que orgulho em dizer que eu sou da Imperadores do Samba!
LPortinho, 14.fev.2004.
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